Ser ou não ser… Personagem com História vs. Personagem “Vazio”

Boa noite amigos rpgistas,

hoje tive um acalorado debate com um colega rpgista através do iRPG chat. (Confesso que nunca fui fã dos programas de mesa virtual, mas devido a dificuldade de horário e para encontrar rpgistas aqui na minha cidade, tive que me render a tais softwares) Começamos conversando sobre os personagens que criamos para o jogo, e fazendo observações sobre as características de cada ficha. Foi uma conversa inicialmente acanhada pois havia menos de 24 horas que tinhamos nos conhecido, fazendo personagens.

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Em determinado momento, pedi que ele analisasse meu personagem pois seria a última chance de fazer qualquer modificação antes da sessão de jogo. Após alguns minutos, ele trouxe algumas sugestões. Umas concordei e outras não. Ao argumentar o porque da sugestão das mudanças que não gostei, a resposta foi simples: “Porque vamos precisar disso no jogo.”

Foi neste momento que o debate começou. Tendo em vista que sou RPGista há mais de 19 anos e aprendi a jogar interpretando meu personagem baseado no histórico criado para ele (óbvio que não me prendo a isto, pois acredito que o personagem está sempre em desenvolvimento, mudando) sem pegar perícias, habilidades, características que não fossem condizentes com meu “background”, não pude fazer outra coisa além de discordar.

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Quando o rapaz me disse que gostava de fazer personagens para ganhar, tive certeza… esse gosta de personagens “overpower”. Coloquei minha opinião sobre a importância do histórico e ele respondeu que o histórico era a última coisa que fazia. Perguntei então quando ele tinha começado a jogar RPG. Não que isso tenha relevância, pois estilo de jogo não depende de idade, mas em minha experiência encontrei mais jogadores novatos com essas características do que veteranos. Sua resposta foi: “Uns 4 ou 5 anos.” Daí pude entender suas respostas e seu estilo de jogo.

RPG de Mesa

Conversando mais um pouco, e não conseguindo fazer com que ele entendesse meu ponto de vista (a intenção não era fazê-lo concordar somente perceber que podem existir opiniões diferentes das dele), percebi que ele tinha pouquíssima experiência com RPG de mesa. Sua maior vivência como RPGista foi nas mesas virtuais. Terminamos a conversa com minha intenção de criar uma sala no iRPG para que eu pudesse “mestrar” e dar a ele a chance de criar um personagem com história.

Sei que existem diversos estilos de jogo (hack & slash,  interpretativo…) e não quero criticar nenhum deles. Mas penso que o principal objetivo e significado de “Role Playing Game” ou Jogo de Interpretação de Papéis, seja o de interpretar um personagem. Qualquer personagem possui uma descrição, seja em livros, revistas, filmes, seriados e, até mesmo, novelas. Descrição não só física, mas também um histórico, um conjunto particular de características que definem quem ele é. Não é porque ele tem uma história que não pode mudar ou se adaptar. É por isso que existem os pontos de experiência, para que o personagem possa evoluir. Você pode muito bem fazer o pilhar e matar, mas construindo um personagem digno de representação com uma história que mostre quem ele é e porque se tornou assim.

Não sei se este dicurso é baseado em meu gosto pelo “roleplay” (não, não jogo live action – nada contra, mas não é minha praia) mas acredito nisto. O RPG não é definido por um conjunto de regras, mas sim pela diversão que ele pode proporcionar. Minha intenção aqui é ampliar um pouco o universo e repassar essa discussão aos colegas jogadores.

Opinem!!! E RPG na veia!!!

4 Respostas para “Ser ou não ser… Personagem com História vs. Personagem “Vazio”

  1. Concordo que o personagem deve ter uma história, explicando de onde veio, pra onde vai e como chegou ali. Mas, outro dia, conversando com o Vinícius, percebemos que muitas vezes os personagens eram criados com backgounds muito bem feitos, mas na hora H, o que valia mesmo era a porradaria e o tiroteio.
    Acho que na medida do possível mantínhamos uma linha, sofrendo com as limitações dos personagens e as vezes algumas peculiaridades e habilidades reras eram bem utilizadas.
    Mas isso varia de pessoa para pessoa, como a escolha do ambiente de jogo e a criaçao das campanhas. Eu, por exemplo, nunca consegui me empolgar muito jogando Lobisomem ambientado no Rio de Janeiro, pra mim era mais fácil mergulhar na interpretação quando a história (leia-se ambientação também) exigia o uso da minha criatividade desde o início até o final. Cenário comuns, como a padaria perto da minha casa, me cortavam o tesão.

  2. Não só por isso, lógico, mas os próprios livros de rpg contam com um capítulo no qual auxiliam a pessoa a criar um histórico para seu personagem. Como por exemplo, explicar o pq de algumas coisas existirem lá na sua ficha. No Storytelling tem isso… No D&D, se não fosse para vc criar um histórico do personagem, pq o autor perderia tempo em descrever as raças e as classes? Pq eu acharia importante saber que elfos vivem em clãs se o esquema é só jogar os números na ficha? Claro que pra mim não é assim. Se eu puder eu já escrevo a biografia completa do personagem^^

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